sábado, 24 de maio de 2008

Núcleo Shakamuni, HBS-Rio, boletim nº 21,maio/2008, Ano II.

Editorial:
“O PAPA DOS BUDISTAS NO BRASIL”

Com o título acima, a revista IstoÉ, nº 2005, publicou em 19/4/2008, uma entrevista com o Sumo Pontífice do Budismo Primordial, quando de sua visita a São Paulo para as comemorações do Centenário da HBS em terras brasileiras. A reportagem também está on line e pode ser acessada, vide www.istoe.com.br

Durante a visita oficial de nosso Patriarca foi lançado o livro O que é Primordial, com 440 páginas e dezenas de fotos coloridas e preto e branco. O subtítulo diz: “Budismo 100 anos” e logo abaixo: “A incrível história da vida do monge budista Ibaragui Nissui, que há 100 anos fundou o Budismo no Brasil. Saiba como superar os sofrimentos valorizando o que a vida tem de melhor. Isto é primordial!”

Autoria de Kyohaku Correia, bispo da HBS de Curitiba, nosso Odoshi (Mestre) está de parabéns pela obra monumental. A revisão é de Liria Miyuki Okabe. O texto da última capa afirma: “A imigração japonesa completa 100 anos. Tendo Mizuno Ryu como fervoroso fiel budista, a imigração, sim, teve seu início, mas não sem um planejamento espiritual. Um monge seria embarcado no Kasato-maru e faria história no Brasil. Bastaria apenas alguns monges como ele para o budismo se expandir mundialmente e levar a felicidade a muitas pessoas. Já que não é fácil imaginar o que é primordial, Ibaragui é um exemplo simples e ao mesmo tempo maravilhoso”.

“É inefável – continua o texto – “como o Buda previu nossas limitações há três mil anos, e pelo Sutra Lótus nos ensinou a viver a realidade de acordo com a nossa capacidade, sem desmerecer o mundo e as pessoas. Não é preciso querer mudar uma realidade da noite para o dia. Basta, persistentemente, dia-a-dia, semear com fé e compaixão, a causa, essência e semente da iluminação, e esperar ainda nessa vida, nesse presente momento, a própria e mútua iluminação. Algo maravilhosamente íntimo e universal”.

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FLEXIBILIDADE E ADAPTAÇÕES

Na entrevista acima citada, em uma das perguntas, o repórter perguntou ao nosso Papa: “Qual a sua opinião sobre o fato de o budismo estar sendo cada vez mais associado à prática da ioga e à qualidade de vida?”

E o nosso Patriarca respondeu: “A flexibilidade e a adaptabilidade budista, já previstas por Buda, devem ser empregadas para levar o ser a concretizar a iluminação, e não meramente a ter apenas uma melhor qualidade de vida. Acho extremamente válidas todas as práticas e adaptações, desde que elas sigam diretrizes de conduzir todos, sem exceção, à iluminação. Se a adaptação não trouxer esse resultado, correrá o risco de terminar em mais uma prática individualista e momentânea”.
Não é por acaso, nem por coincidência que o Núcleo Shakamuni, funciona em um espaço de ioga. Até prova em contrário, talvez seja o primeiro núcleo do Budismo Primordial HBS em todo o mundo, a funcionar em uma academia de ioga.

Estamos conscientes das orientações do Sumo Pontífice e ficamos felizes com a sua declaração de que acha “extremamente válidas todas as práticas e adaptações”. Primamos pela “flexibilidade e adaptabilidade budista”.

E é por isso, que desde o início, com respeito e reverência estamos realizando a Liturgia em português. Agradecemos de coração a todos os que nos apóiam, nos ensinam e nos orientam nesta caminhada, para divulgar o Darma Sagrado na Língua Portuguesa.

E, como bem afirma a última capa do citado livro, o nosso Núcleo Shakamuni também é fruto de “um planejamento espiritual” inspirado pelo próprio Buda Primordial.

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“O ESPÍRITO DE BUDA TOMOU CONTA DE IBARAGUI...”
(prefácio, de autoria de nosso Papa, sobre o livro citado no editorial):

“Exatamente nesta ocasião de homenagem ao mestre Ibaragui, pelo seu préstimo à História do Brasil como fundador do budismo, o Budismo Primordial HBS tem o privilégio de publicar a sua biografia. Isso não só fortalece as relações Brasil-Japão, como também é algo extremamente gratificante.

“Ibaragui Nissui Shonin partiu do Japão em 1908, como sacerdote imigrante, acompanhado de sua esposa e do irmão dele. Ao relembrar da sua trajetória, sinto-me profundamente lisonjeado. Isso porque, Mizuno Ryu, pai da imigração japonesa, e quem convidou Ibaragui para seguir juntos rumo ao Brasil, era fiel do Templo Seiouji, onde hoje também sou bispo. Faz parte da história da minha vida, do nosso templo.

“Mizuno desejou profundamente levar consigo um monge, para que este oferecesse o suporte espiritual aos imigrantes. O mestre de Ibaragui, o 4º Sumo Pontífice Nitikyo, fez a indicação certa ao apontar Ibaragui como o mais adequado à missão, pois somente ele teria forças para resistir a todas as adversidades. A visão de seu mestre estava certa.

“A leitura deste livro esclarecerá o tamanho da fé que sustentou este mestre e seguidores budistas de sua época. Quando não existiam mais motivos para acreditar em nada, ele pregou pelo bem de outrem, a fé e a compaixão. Simplesmente, o espírito de Buda tomou conta de Ibaragui e o guiou durante toda a sua vida.

“Sua história, ao mesmo tempo, é um resumo de todos os imigrantes, dos personagens dessa época, e de como o budismo oficialmente foi fundado e difundido no Brasil. Se hoje o budismo é uma religião de prestígio no Brasil é porque Ibaragui, como precursor, soube desenvolver e completar a sua missão.

“Esta obra faz jus ao mérito de seus sucessores e tudo o que fizeram pela difusão do budismo no Brasil. Afinal, rogamos pela paz mundial, pela iluminação de todos os seres, e união, e união através do elo primordial da religião. Sem dúvida, sua missão continuará a envolver a todos, para desenvolvermos atividades que cada vez mais possam nos trazer a prosperidade”.

(PREFÁCIO DO SUMO PONTÍFICE KOYAMA NITIJYO).