quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

sábado, 19 de dezembro de 2015

Caminho dos Tathágatas



Estrofe do Caminho

Antonio Carlos Rocha*

Seja Bom
Tenha Bondade
Mais cedo ou mais tarde
Chegará Felicidade.


quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Diante do Altar



Estrofes Gohouzen

Antonio Carlos Rocha*

Sagrado Gohouzen
É o nosso lindo altar
HBS tem Fé e Arte
Budismo é amar.

Amar o próximo
Ter compaixão
Grato Gohouzen
Vives no coração.

O altar é vivo
Budas moram lá
Converse com eles
No que precisar.

São Seres de Luz
Estão no Nirvana
Santo Gohouzen
Confiança que ama.

Residem Anjos e
Bodhisatvas também
Oratório importante
Reze e diga Amém.

Amém significa
Que Assim Seja
Seja feita coisa boa
Que você almeja.

Gohouzen ainda
Está na Mente
Mentalize, Ore
Preces ao Ente.


(*) http://budismoprimordialrio.blogspot.com.br


 

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Poesia Odaimôku



Estrofe Odaimôku

Antonio Carlos Rocha

Namumyouhourenguekyou
Nichiren Amigão
Primeiro a recitar
Esta sagrada Oração !

- Nichiren (1222-1282), HBS Budismo Primordial o reverencia como um Bodhisatva.

domingo, 11 de outubro de 2015

Poesia Ecosssistema



Estrofe Ecológica

Antonio Carlos Rocha

Adhi-Buddha = Buda Primordial

Grande Sábio e Senhor
Professor da Natureza
Mestre do Ecossistema
Pedagogo beleza !

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Poesia Sutra Lótus



Estrofes Sutra Lótus

Antonio Carlos Rocha

Sou tão pequenino
Ó Buda Divinal
Meu Mestre Amigo
Senhor Buda Primordial.

Comentário:

A partir da leitura, meditação e oração no Sagrado Sutra Lótus,
Escrevi a estrofe acima, sintetizando como o texto canônico refere-se ao esplendor do Buda, do Darma e da Sangha.

Não convém falar muito, é preciso contemplar este momento sublime.


domingo, 27 de setembro de 2015

Trovas Búdicas Primordiais



Estrofes Primordiais – 4

Antonio Carlos Rocha

Amor Búdico
Não tem cobrança
Reciprocidade
É na confiança.

Comentário:

Eis aí um grande ensinamento Budista. Trata do Desapego em uma área, convenhamos, que gera muito apego e problemas vários.

Se há Amor não pode ter apego, não pode ter ciúme e muito menos violência, de ambas as partes. A questão é quando, não se observando as pessoas partem para impaciência podendo gerar malefícios físicos, já que os malefícios mentais estão implícitos.

Outro aspecto importante quem ama não cobra nada em troca, se tem cobrança não tem amor. É outra coisa...

Amor é uma Energia que vem do Criador e como tal é só para doar, doar-se, não tem nenhum tipo de expectativa para que o outro ou a outra faça isto ou aquilo.

É semelhante ao presentearmos uma pessoa no aniversário dela, não esperamos nada em troca, pois é a festividade daquele outro ser.

Não podemos nutrir nenhum tipo de apego, pelo mínimo que seja. Quando se ama doa-se. E assim é muito melhor pois ninguém sofre.

Amor que prejudica outrem ou a si mesmo não é amor, é doença e muitos ficam doentes por conviver com outros seres humanos.

Buda é compaixão, liberação, libertação e isso é amor.


sexta-feira, 25 de setembro de 2015

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Versos Primordiais



Estrofe Primordial – 3

Peço permissão
Ó Mestre Nissen
Escrever trovas
Nosso Gohouzen.

Comentário:

Mestre Nissen (1817-1891) estudou os vários sistemas budistas de sua época, no Japão, passou por vários treinamentos espirituais aprimorando os seus conhecimentos búdicos, por fim criou a HBS – Honmon Butsuryu Shu = Budismo Primordial, linhagem presente hoje em vários países.

Intelectual influente na época, escritor e poeta, vindo de uma família de literatos. Através de estrofes, publicou mais de 1 mil estrofes, fazendo uma leitura do Tripitaka japonês, os textos canônicos do Budismo.

Prece: “Na qualidade de aprendiz, peço permissão, ao querido Mestre Nissen, para continuar, brasileiramente, escrevendo estrofes búdicas, tal como ele fez, quando pregava e ensinava.

“Já pedi também, inspiração ao Bodhisatva Manjusri, o “Deus da Literatura Budista” para me orientar nesses versos. Gratidão !

“Sarva Bavantu Mangalam = Que todos os seres sejam felizes”.

 - Esta última frase faz parte do cânone da antiga Escola Sarvastivada, em sânscrito, em páli e em bengali.

- Gohouzen é o altar da HBS, onde reverenciamos todos os Mestres, todos os Budas do passado, do presente e do futuro.

- Estamos todos interligados, interconectados.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Poesia Búdica Primordial, 2




Querido e amado
Gohonzon Primordial
Gratidão por tudo
Nikkyoji Catedral.

Comentário:

Gohonzon é a Imagem Sagrada que os templos da HBS tem no altar. Trata-se de um quadro, uma moldura com caracteres chineses/japoneses onde estão inscritos e escritos todos os Budas do passado, do presente e do futuro. São milhares, impossível ter a estátua de todos, então optou-se pela representação gráfica.

A HBS ensina também que o Buda Shakyamuni nunca pediu para ter estátua dele, após a morte, muitas linhagens usam no sentido de uma reverência, gratidão; mas os templos HBS não tem imagem de Sidarta Gautama, mas sim o Gohonzon.

Foi desenhado/pintado pelo Bodhisatva Nichiren (1222-1262), que foi iniciado na linhagem Tendai, depois passou pela corrente esotérica Shingon e por fim, se dedicou à divulgação do Sutra Lótus, também não criou nenhuma denominação ou linhagem, seus amigos, seguidores, discípulos, alunos, estudantes e admiradores com os passar dos séculos se uniram às mais diferentes concepções búdicas.

É raro, mas, às vezes, em alguns templos da HBS encontramos a estátua do Bodhistava Nichiren, alguns escrevem Nitiren, na língua inglesa, normalmente é grafado com “ch” = Nichiren.

Nikkyoji é o nome da Catedral Primordial HBS que fica em SP, Rua Ibaragui Nissui, 166, Jardim Vila Mariana.


domingo, 20 de setembro de 2015

Orla de Copacabana



8ª Caminhada pela Tolerância Religiosa


Terminou ainda há pouco, a 8ª Caminhada pelo Respeito às Religiões, promovida pela CCIR – Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, o “combate” é uma palavra usada pelo apóstolo São Paulo, quando estava preso pelo exército romano, que na época dominava o mundo.

O evento começou com um Café da Manhã no Clube Israelita de Copacabana, reunindo diversos líderes religiosos.

Depois, já no Posto 5, beira-mar, um trio elétrico convidava vários representantes das religiões e filosofias presentes, cada um deixando mensagem de unidade, fraternidade, respeito às diferenças.

Tinha gente de MG, SP, PR e outros recantos.

Às 13 horas, a Caminhada iniciou com a execução do Hino Nacional Brasileiro pela banda da Polícia Militar e os participantes com suas roupas litúrgicas seguiram cantando e batendo palmas, instrumentos diversos até o final da Praia de Copacabana.

A HBS esteve presente com um pequeno grupo de monges, fiéis sob a coordenação de Odoshi Correa, nosso Arcebispo.

A Comitiva do Budismo Primordial estava na frente e puxava o cortejo. Na ocasião foi distribuído um folheto que dizia assim:

“Devotando apenas este tesouro que se recebe com o nascimento poderá garantir a paz neste mundo e no futuro”. É o verso 427 do mestre Nissen (1817-1891) fundador do Budismo Primordial.

O folheto explica que a recitação do grande Mantra da Iluminação “Namumyouhourenguekyou” nos levará à mesma Compaixão que Buda Shakyamuni pregou, no sentido de divulgar a harmonia do universo.

O mundo precisa de Paz e essa é a nossa forma de propagar a Paz.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Grandes Graças dos Gohonzons



Gohonzons

“Gohonzon – Unidade Absoluta de Veneração – Esta palavra é a síntese da expressão Honmon no Honzon. É a essência da nossa religião. Trata-se da Imagem Sagrada NamuMyouHouRenGueKyou ostentada em nosso Altar. É o tesouro maior do devoto do Sutra Lótus. A coisa mais importante de nossa vida. Devemos ter o máximo de cuidado no manuseio para não sujar ou avariar partes do mesmo. No Gohonzon está contida a alma de Buda.”

O trecho acima está na Liturgia da HBS – Honmon Butsuryu Shu = Budismo Primordial, página 37, 2006, só evitamos as repetições de alguns termos.

Portanto, neste Dia da Pátria, 7 de setembro de 2015, queremos reverenciar e saudar todos os Gohonzons presentes nos templos da HBS do Brasil; queremos saudar todos os Gohonzons presentes nas residências ou locais de trabalho dos fiéis da HBS, seus parentes e amigos, sempre trazendo bênçãos.

Por extensão, cumprimentamos os demais Gohonzons em nosso País, de outras linhagens budistas, emanando boas vibrações para os praticantes, familiares e amigos.

Por fim, oramos simbolicamente, à distância, diante de todos os Gohonzons, em todo o mundo. Sempre aspergindo Luz para os meditantes.

Gratidão Gohonzons !

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Poesia Primordial

Estrofes Primordiais

 Antonio Carlos Rocha

Oterá é Templo
Japonês em Itaguaí
Hoshôji é o Nome
Fique Bem, aqui.

Lá se aprende Buda
Budismo Primordial
Caminho: Darma
Isso é Fundamental.

Mestre Nissen
Foi Fundador
HBS querida
Sanga de Amor.

Odoshi Correa
Pré-Pontífice
Orientador ótimo
Perfeito artífice.

No Rio, o bispo
Amigo Jyunshô
Fale com ele
Mande um alô.

domingo, 30 de agosto de 2015

Poesias Budistas



Estrofes Búdicas Populares – 2


Bodhisatva Manjusri
Peço Permissão
Todo dia fazer rima
Uma prece, oração.


- 30/08/2015 = 21:05 horas.

sábado, 29 de agosto de 2015

Monge Budista em Guaiçara, SP.



“Causos” de um Peregrino Budista


Antonio Carlos Claro*


Tenho atualmente 75 anos (13/06/1940), e quando eu tinha uns nove anos, ou talvez menos, na época em que o atual Templo Budista Taissenji estava sendo transferido de Guaiçara para Lins, SP, conheci o Sr. Tomojiro Ibaragui.

Havia uma pequena oficina de carros ao lado do Clube Comercial, de propriedade do Sr. Arthur Cúppari e num domingo o Sr. Tomojiro apareceu por lá. 

Tomojiro conhecia o Sr. Arthur e tinha vindo encabar uma enxada, pedindo para usar a morsa e o esmerilho da oficina. Eu estava tentando fazer um carrinho de rolimãs e tive a feliz oportunidade de falar com aquele homem. 

Fazer um carrinho com rodas de rolimãs era o que todo moleque almejava naqueles tempos para descer “voando” as ruas.  

Eu estava eufórico por ter conseguido a última das quatro rolimãs que faltavam para montar o carrinho e me lembro muito bem daquele domingo tão especial.  Enquanto eu montava o meu “Fordão”, (cada criança dava um nome para estes carrinhos) via o “Seu” Tomojiro amolando a enxada  depois de encabada, e o que mais me chamou a atenção, talvez por ser ainda uma criança, foram suas mãos enormes que trabalhavam com uma suavidade e firmeza impressionante no aço, e na madeira do cabo da enxada. 

Uma criança, entre os 7 aos 10 anos de idade começa a observar o mundo em seus pequenos detalhes, e como eu estava no chão montando meu “Fordão”, olhando para cima percebi que “Seu” Tomojiro olhava com absoluta concentração cada detalhe do que ele estava fazendo. 

Parecia que ele não estava amolando uma enxada, mas realizando uma obra de arte. Depois fiquei sabendo que ele estava encabando a enxada para o “Seu” Dito Bráz, um negro muito estimado na cidade, forte como um touro, mas tinha uma alma de criança e era analfabeto.    
Meu tio Miguel, filho do Sr. Arthur me falou mais sobre o Sr. Tomojiro, e fiquei sabendo que ele era um missionário, um religioso vindo do Japão, “parecia um trator trabalhando”, exagerava meu tio no seu comentário. Apesar de ser uma criança, ou por causa disso mesmo, eu nunca mais esqueci daquele homem.

 Havia algo diferente nele, algo de bom que eu não sabia definir.
Dona Nina, esposa do Sr. Arthur Cúpari me disse que ele era um Padre Budista que morava em Guaiçara, e seria o Pároco de um Templo que estavam reformando em Lins. Da. Nina era católica praticante e falava usando o linguajar da Igreja Católica, para descrever quem era o Sr. Tomojiro. 

Relembrando estes fatos, não tenho dúvidas que o Monge Ibaragui estava fazendo um trabalho missionário de conversão ao Budismo em Dona Nina, pois ela falava “defendendo” o Dharma, ou melhor: exaltando a religião do “Seu” Tomojiro.

Eu era uma criança e meu tio percebendo que eu havia me impressionado com o Sr. Tomojiro, procurou aguçar ainda mais minha curiosidade com pilhérias, dizendo que Tomojiro sabia uma reza que fazia chover, com ou sem relâmpagos, que ele entendia a língua dos animais, principalmente a língua dos pássaros etc, e apesar de saber que meu tio estava brincando, eu fiquei ainda mais curioso com aquele peregrino que tinha cruzado o mar, fazendo hortas e principalmente plantando sementes... sementes da flor do Lótus do Budismo.


(*) Toninho Claro, 75 anos, mora em Lins, SP.

- Ibaragui Nissui (1886-1971), foi o primeiro monge budista a pisar em solo brasileiro, veio com o primeiro navio japonês Kasato Maru, em 1908, trazendo imigrantes.


sexta-feira, 28 de agosto de 2015

domingo, 23 de agosto de 2015

A Força do Mantra do Sutra Lótus



“Bom dia, senhor Namu Myoho”




 O sr. Lee estava preso acusado de matar sua mulher e um júri popular o condenou a morte por enforcamento. Lee, seria enforcado na “Praça Central”  da cidade no dia 23 de fevereiro de 1885.

Há muitos anos passados, quando Lee ainda era bem jovem ele havia trabalhado  no navio Empress of India. Na tripulação haviam canadenses, alemães e apenas um japonês chamado Tanaka, natural de Yokohama, especialista em blindagem hidraulica em navios. Numa noite de tempestades intensas o jovem Lee foi jogado ao mar e foi salvo pelo japonês. Desde então se tornaram mais do que amigos de bordo: eram como irmãos. Tanaka era um budista da linha Mahaiana e Lee  se converteu ao budismo. Depois que voltou ao Japão, Tanaka enviou um oratório e  o pergaminho ao amigo inglês, e Lee foi fiel durante mais de 20 anos fazendo suas orações na frente do Oratório e estudando a Sutra de Lótus, do Buda Sakiamuni. Na pequena cela onde esperava a morte, Lee recitava sem parar a “reza” dos devotos desfiando seu terço de 72 contas. O carrasco noturno era um homem sem a menor consideração para com o apenado, era cínico e procurava ofender e humilhar ainda mais os presos. Ele ouvia o sr. Lee recitar o “terço” budista (Juzu) e toda manhã, quando vinha trazer uma caneca de café e um pão seco, costumava zombar de Lee e de sua religião, saudando-o com uma alegria debochada e hilariante, dizendo:

“Bom dia, senhor Namu Myoho; tá chegando o dia de por a corda no seu pescoço!”

Quando chegou o dia anterior da execução Lee se mostrava tão seguro e sereno que o funcionário encarregado de conduzir Lee para o patíbulo no outro dia, ficou surpreso. O preso, neste seu penúltimo dia de vida tinha direito a um último pedido, que seria ou não aceito. Lee pediu ao funcionário para trazerem seu oratório para a cela, pois ele desejava recitar a oração em frente do pergaminho na última noite que lhe restava de vida.  O tempo havia passado depressa, hoje o Sr. Tanaka era um Monge Budista no Japão e mantinha correspondência permanente com Lee, desde o Japão, encorajando-o e lhe dando esperança. Tanaka era seu único contato na prisão, foi Tanaka que enviara o Oratório para o sr. Lee, e por isso o pedido foi aceito  e trouxeram o oratório para a cela.

No outro dia, as 6 horas da manhã o funcionário responsável pelo enforcamento entrou na cela e viu o sr. Lee sentado no chão, com as pernas cruzadas na “posição do Lótus” na frente do Oratório, com as mãos unidas na altura do peito, o terço entre seus dedos e o Oratório colocado em cima do banco tosco de cimento que era o único utensílio na cela, servindo como base para o Oratório. O funcionário respeitosamente esperou o apenado se levantar. Lee agia de forma natural, como uma pessoa que vai tomar seu café da manhã e depois ler o jornal. Sorriu para o funcionário e agradeceu  por não ter sido interrompido enquanto orava.

Lee saiu da cela caminhando com a cabeça erguida, atravessou o pátio da prisão passando entre o grupo de testemunhas da execução, entre eles alguns jornalistas e advogados e sua calma e naturalidade causava espanto e admiração entre as testemunhas.

A praça era ampla, mas os habitantes de Exeter, a maioria agricultores não queriam aquela forca na cidade e a maioria das pessoas que estavam na praça tinham vindo de outras cidades próximas para assistirem a execução. Lee estava em cima do alçapão com a corda no pescoço, as mãos amarradas para trás, mas segurava o terço e continuava orando. O carrasco estava em baixo do tablado, ao lado da alavanca que puxada liberava a trava. Era um veterano que já tinha puxado alavancas em várias cidades dezenas de vezes. Estava acostumado, quando puxava a alavanca a ver o corpo do condenado descer rápido e parar com um baque brusco com a corda retesada no pescoço. O Meretíssimo Juíz da execução levantou o braço direito com a palma da mão aberta, e o carrasco se aproximou mais da alavanca. O Juíz fechou a mão, o carrasco estendeu o braço e segurou firme na alavanca, o Juíz baixou o braço, o carrasco puxou a alavanca, mas... o alçapão não se abriu. Lee continuava em pé sobre o alçapão e as pessoas que se encontravam mais perto do tablado ouviram sua oração ecoando na praça: “Namu-Myoho-Rengue-Kyo”-“Namu-Myoho-Rengue-Kyo” – Namu-Myoho-ren...".

A confusão foi geral. As pessoas da cidade que já não queriam aquela forca na praça começaram a gritar contra os responsáveis pela execução, e alguns diziam: “Não abriu; ele é inocente, estão vendo?” – “È a justiça divina”, diziam outros... Mandaram levar Lee de volta para a cela o mais rápido possível, pois o povo começou a ofender o próprio juiz da execução, com palavras de baixo calão.

Os responsáveis pela execução se reuniram agitados sem entender o que tinha ocorrido. Era a primeira vez, em centenas de anos de execuções que o alçapão não se abrira. Todos os pátibulos de execução da Inglaterra eram iguais. Os técnicos examinaram a alavanca, a trava, o alçapão...
Não havia nada de errado: Tinha de ter funcionado! Chamaram um marceneiro e mandaram ele desbastar as beiradas do alçapão e engrachar as dobradiças, mas o marceneiro disse que aquilo era ridículo, mesmo sem o peso de uma pessoa, o alçapão se abria livremente. O alçapão deveria ter funcionado.
Lee voltou para a cela com um sentimento de gratidão no coração e a mesma oração nos lábios. Estava muito feliz, pois agora poderia ler algumas cartas do seu amigo Tanaka. As cartas em Exeter eram entregues a cada 15 dias e justamente na noite anterior á execução lhe entregaram a correspondência, mas não havia luz na cela.

Ficou determinado pela comissão da execução que Lee seria enforcado em três dias. O carrasco era o que mais estava assustado e parou de zombar do sr. Lee, chamado-o de “Senhor Namu Myoho” e quando ele ouvia o sr. Lee recitando sua oração dentro da cela, um califrio percorria sua espinha de alto á baixo.
No dia da execução a mesma observância: Lee passando pelas testemunhas no pátio, Lee subindo na plataforma do patíbulo, Lee em cima do alçapão com a corda no pescoço. A diferença estava na multidão que havia na Praça. A notícia de que o alçapão não se abriu correu de boca em boca e alguns jornais noticiaram de forma alarmante e sensacionalista o fato do alçapão “se recusar a abrir” porque o condenado não parava de rezar.
A Praça estava tomada pela multidão que comentavam animados o fato ocorrido há três dias, tudo estava pronto e o Juíz levantou o braço direito com a mão aberta, fechou o punho, como quem vai desferir um murro, o carrasco segurou firme na alavanca do alçapão, o Juíz baixou o braço e o carrasco puxou com força desnecessária a alavanca... e, outra vez o alçapão não abriu. Lee, continuava tranquilamente a recitar sua oração, parado como uma estátua em cima do alçapão: “Namu-Myoho-Rengue-Kio” – “Namu-Myoho-Rengue-Kyo” – Namu-Myoho-Ren...”

A confusão na Praça Central de Exeter era tamanha que chegaram a derrubar a mesa do Juíz da execução, e quase agrediram o carrasco. Lee voltou para a cela e continuou sua oração em frente ao Oratório, indiferente ao ocorrido.
No tempo entre uma execução e outra, um jornalista entrevistou um lavrador que morava perto das terras do sr. Lee, e ele afirmava que no mesmo dia que a esposa do sr. Lee tinha sido estrangulada, um homem desconhecido na região tinha invadido sua casa e tentara agredir sua filha. Por sorte este lavrador estava com o machado na mão rachando lenha e conseguiu enxotar o agressor. Este jornalista tentou um contato com uma autoridade superior da Corte Suprema para revisarem o processo contra Lee, mas não obteve sucesso.
O advogado de Lee, fornecido gratuitamente pelo Condado de Exeter estava buscando provas que mostravam claramente que Lee era inocente, e gastava dinheiro do próprio bolso para pagar investigações conclussivas, mostrando a inocência de seu cliente.

À noite na prisão um fato inusitado ocorreu: o carrasco mudara completamente sua maneira rude e provocativa de tratar os presos. Era solícito e agora respeitava os direitos dos apenados chegando até a admirar o sr. Lee. Naquela noite ele parou na frente da porta da cela e pediu desculpas ao sr. Lee. Então, humildemente pediu ao sr. Lee para aceitar algumas frutas que ele tinha colhido no pomar de um amigo, para que o sr. Lee colocasse as frutas no Oratório. Lee disse ao carrasco que compreendia as dificuldades que ele enfrentava por ter escolhido uma profissão tão dolorosa, e colocou as frutas na frente do Oratório, em cima do banco tosco de cimento.

*** Por mais duas vezes John Lee subiu ao patíbulo para ser enforcado, mas o alçapão não abria quando a alavanca era acionada. Era a quarta tentativa de enforcarem Lee.

O assunto passou então a ser tratado pela alçada da Câmara dos Comuns da Inglaterra, que pela primeira vez na história concluiram que o reu não deveria mais receber aquela pena, sendo a sentença comutada para prisão perpétua. Mas nem isto conseguiram: 22 anos depois, em setembro de 1907 o sr. John Lee foi solto. Os jornais da época deram grande destaque ao fato e o semanário “Lloyds Weekly” estampou na primeira página uma manchete, entrevistando algumas testemunhas que tinham participado da “inusitada execução” do sr. Lee, ocorrida em 1885.

Em um livro “Wilds Talents” o escritor Charles Fort comenta a história fantástica do sr. John Lee e afirma que: “a única explicação plausível para o alçapão não abrir, era a inocência do condenado!”, e sem dúvida a oração cheia de fé que o sr. Lee recitava, ouso acrescentar.

História verídica,  por Toninho Claro (75 anos) – Lins, SP.




  







sábado, 15 de agosto de 2015

Literatura Oral Primordial



O Gavião e a Pomba Rola


(Histórias que contam do monge peregrino Ibaragui, primeiro sacerdote que divulgou o Budismo no Brasil) 


Conta-se que por volta de 1950 o Monge Ibaragui caminhava por uma estrada batida de terra, indo em direção a Lins, SP. Já perto da cidade, onde o caminho fazia uma curva e o espaço era mais aberto, uma Pomba Rola pousou em sua frente. A pequena ave parecia estar exausta e muito assustada, e sem a menor cerimônia foi logo explicando seu drama, falando muito rápido e tropeçando nas palavras:

--- Ibaragui, “pelamordideus” me ajuda. O Gavião Carijó quer me comer. 

Disse a ave e foi logo pulando no peito do Monge e se enfiando para dentro do paletó dele. Mal acabara de se esconder, o Gavião “aterrisou” na frente do Missionário com cara de poucos amigos, e foi direto ao assunto falando desafiadoramente: 

---Devolva a minha presa, Ibaragui, você a aprisionou.
Ibaragui tentou argumentar, procurando ganhar algum tempo e enrolar o Gavião: 

---Presa, aprisionar... quão tristes soam estas palavras aos meus ouvidos, oh nobre ave de rapina... 

Mas o Gavião não era bobo nem nada, e disparou contra o Monge: 

---Sem filosofia budista e sem bajulação, como fazem os outros humanos teus irmãos. A Pomba é minha. Eu a estou perseguindo faz mais de 2 horas. Ela já estava sem forças para voar, e você tá querendo me enrolar, Ibaragui. 

O Mestre percebeu logo que com aquela ave não haveria diálogo e resolveu engrossar: 

---Não te darei a Rola, gavião. Ela é minha agora e eu sou o seu refúgio. A vida dela neste momento está em minhas mãos. Ela me solicitou ajuda e se acolheu em meu peito. E completou, serenamente:

Portanto vamos resolver esta questão de forma civilizada, com um diálogo franco, pois nós três temos um problema para ser resolvido. 

---Só me faltava esta; um budista metido a protetor de pombas – lamentou o Gavião. 

---Ibaragui, olhe bem para minhas penas. Eu sou uma ave, um Gavião. Minha natureza é caçar e meus antepassados comiam Pombas Rolas desde que o mundo é mundo e você está com meu almoço dentro do teu paletó. 

---Espere! Veja bem Carijó. Esta avezinha não pesa nem 50 gramas. Eu vou até a cidade e na volta me comprometo a te trazer um bife suculento e macio de quase meio quilo. 

---Nada feito. Então eu quero um frango inteiro quando você voltar... respondeu o Gavião. Ibaragui resolveu concordar para salvar a vida da avezinha, mas o Gavião começou a exigir um frango vivo. 

---Ora essa, Gavião. Isso seria trocar 6 por meia dúzia. Você mataria o Frango para comer e eu seria o carrasco, respondeu o Mestre. 

Depois de muito negociar Ibaragui conseguiu convencer o Gavião a aceitar um quilo de sardinhas, e deixar a Pomba Rola em paz. 

Em Lins, Ibaragui foi na Peixaria Atlântica, comprou o quilo de sardinha para o Gavião Carijó e ficou tudo resolvido.

O fato curioso é que na cidade as pessoas viam um japonês andando pelas ruas com uma Pomba Rola encarapitada em seu ombro, e ele conversava com a Pomba em japonês, o que deixava as pessoas mais encabuladas ainda. A Pomba Rola nunca mais largou do Monge Ibaragui, e as crias de Pombas Rolas que hoje sobrevoam o Templo Taissenji aqui em Lins são ancestrais diretas daquela pequena Pomba Rola salva pelo Monge Ubaragui naquela estradinha de terra batida, que vinha de Guaiçara para Lins. 

Esta estradinha de terra batida em que o Mestre Ibaragui tantas vezes caminhou indo ou vindo de Guaiçara para Lins, existe até hoje e segue serpenteando pelo mato, próxima a moderna via asfaltada construída posteriormente. 

(Toninho Claro - Lins, SP) é um sr. com 75 anos de idade que nos enviou esta história e outra que iremos publicar mais adiante.


sábado, 20 de junho de 2015

Lei da Vida



A Lei da Causa e do Efeito é Infalível


“A adubação no verão revela seu fruto na colheita de outono. Essa é a lei, acredite nela. Não duvide pelo simples tardar da colheita.

“Para o bem ou para o mal, tudo que se planta colhe. Esse fato é facilmente identificável na própria natureza. A lei da causa e do efeito pode tardar, mas não falha e por isso vale a pena se esforçar e esperar pelo acontecimento melhor. Os seus carmas do passado e as dívidas da vida podem ser armazenados, mas a cobrança um dia virá com certeza”.


- Mestre Nissen (1817-1891), fundador da HBS – Honmon Butsuryu Shu = Budismo Primordial.

- Calendário de Ensinamentos = publicação oficial da HBS do Brasil.