sexta-feira, 4 de junho de 2010

Buda é Pai e Mãe

Na recente tradução para o inglês do Shozomatsu Wasan, texto escrito no século XIII, pelo mestre Shonin Shinran, que é uma verdadeira jóia na literatura da Terra Pura, está dito na introdução:

“Reverentemente eu digo aos meus companheiros praticantes que aspiram pelo nascimento (na Terra Pura): todos deverão profundamente arrepender-se! O Tathágata Sakiamuni é verdadeiramente o nosso compassivo pai e mãe. Com uma variedade de compassivos meios, ele nos leva ao despertar do verdadeiro Shinjin (mente confiante, fé)”.

Os parágrafos acima estão no ótimo livro O Caminho De Cada Um – O Budismo da Terra Pura, página 112, autoria do grande monge budista brasileiro, já falecido, Murillo Nunes de Azevedo, editora Bertrand Brasil, 1996.

Murilo explica que arrepender-se significa conversão, mudança de atitude, maduramente vermos os nossos equívocos e, com responsabilidade, consertarmos a questão, ultrapassarmos o problema e isso vai nos levar a “ascender aos planos desconhecidos de consciência”.

O autor afirma também que Shinran foi um dos precursores da grande virada que o Budismo teve no Japão no citado século 13: rompendo com o celibato monástico, levando o Dharma para o povão, a massa e caindo o isolamento dos religiosos que até então viviam fechados em mosteiros. Os monges integram-se ao dia-a-dia da sociedade, trabalham, casam, constituem família etc.

Nasce então o Budismo Devocional, centrado na figura do Buda Amida, que significa Vida Eterna, Luz Infinita.

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