domingo, 3 de agosto de 2008

Núcleo Shakamuni, agosto, 2008

Núcleo Shakamuni
HBS-Rio, ago/2008, nº 24, Ano II
Hakuan (Antonio Carlos Rocha)
Gakutô (Auxiliar Sacerdotal)
antoniocpbr@click21.com.br
http://budismoprimordialrio.blogspot.com
Editorial:
Evitemos a Vaidade e a Arrogância

Na página 234, do Sutra Lótus, edição que se encontra no site oficial da HBS, capítulo 14, “Práticas Pacíficas”, há um versículo bem significativo: “Varrei a mente da vaidade e da arrogância...”.
As duas, geralmente andam juntas: vaidade e arrogância. Veja mais adiante, nesta edição, nossas ponderações sobre o tema da vaidade que, algumas pessoas confundem com beleza ou asseio corporal.
O ensinamento do Buda no Sutra Lótus é bem claro no sentido de evitarmos a vaidade e a arrogância. Nosso espaço é pequeno, mas sobre a arrogância é bom sabermos que o dicionário Houaiss a define da seguinte forma: “prepotência, desprezo pelos outros, desrespeito”. E estas atitudes geram carma negativo e mais tarde doenças, logo é bom evitar.

Hakuan
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Lema do Budismo Primordial HBS:
“Oramos pela harmonia do universo, através da prática de virtudes, do aperfeiçoamento espiritual e da solidariedade dos seres”.
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Palavras Dármicas: “Eu vos respeito profundamente, de maneira nenhuma vos desprezo. Isso justamente porque vós todos, ao praticardes o Caminho de Bossatsu (Bodhisatva), certamente atingireis a iluminação”.
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* Núcleo Shakamuni é um boletim mensal, artesanal, impresso e virtual no município do Rio de Janeiro. Homon Butsuryu Shu – HBS (Budismo Primordial) é a mais antiga linhagem budista no Brasil. Chegou aqui em 1908, junto com os primeiros imigrantes japoneses. Nosso núcleo de expansão está ligado ao Templo Nyorenji, Curitiba, PR, Bispo Kyohaku Correia, nosso Mestre (Odoshi): www.budismo.com.br e ao templo Hoshoji: Estrada RJ 99, nº716, bairro Piranema, Itaguaí – RJ, Monge responsável: Sacerdote Jyunshô, tel/fax: (21) 2687-6114.

* Se você quiser uma reunião de estudos, orações, prática de Odaimôku (recitação contínua do Mantra Sagrado Na Um Myou Hou Ren Gue Kyou) ou atendimento espiritual em sua casa, no seu trabalho, escola, colégio, faculdade ou praça pública, por favor, nos avise.

* Importante: Se você concordar pode tirar cópias e passar adiante.Obrigado !

* Reuniões Públicas: Núcleo Shakamuni – toda quarta-feira, às 19:15 e no primeiro sábado de cada mês, às 16 horas. Av. Presidente Vargas, 509 sala 503 (próximo à Estação Uruguaiana do Metrô). Tel. 2222-1126. Visite-nos ! Seja bem-vindo(a) !

* Os boletins anteriores e informações sobre cursos e palestras estão no blog acima citado e no site www.espacoyogananda.com

* Mensalidade: Se possível, colabore com R$ 10,00 para manutenção da sala e dos anúncios veiculados na imprensa alternativa.

* Com esta edição estamos completando dois anos de boletim alternativo. De forma simples, artesanal, contando sempre com a colaboração do Levi e outros mais, estamos mensalmente, de forma impressa e na internet divulgando o Budismo Primordial HBS. Agradecemos a todos os que direta ou indiretamente tem proporcionado condições para a publicação do mesmo.
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Beleza é diferente de Vaidade

Outro dia vi na TV um anúncio que me chamou a atenção. Tecnicamente era perfeito, bem produzido e cativante, como aliás, em geral, são os anúncios da premiada propaganda brasileira.
A questão é que o texto confundia as palavras beleza e vaidade e dava a entender que, se as pessoas se vestissem iguais, isto seria uma ausência de vaidade. Na verdade, um equívoco.
Beleza é justamente a diversidade e o melhor exemplo é a natureza, o ecossistema. Uma floresta é bela, entre outras coisas, porque é impressionante a quantidade diferente de espécies, cores, funções e tonalidades de cada árvore, arbusto, planta, animal, ave, inseto, mineral etc.
O Dicionário Houaiss afirma que beleza é “qualidade, propriedade, caráter ou virtude do que é belo”, é aquilo que suscita admiração, êxtase, prazer etc.
O anúncio falava da beleza física, da estética, do embelezamento, do cuidar-se visualmente na apresentação.
Veja, no citado dicionário, que os dois termos: estética e embelezamento nos levam a refletir também sobre o belo. E o belo nos remete à harmonia e novamente à beleza, ao que é lindo !
Budisticamente, nada contra a beleza, o belo, o cuidar-se, o embelezamento, o encanto, o ornamentar-se e afins. Até porque se tais atitudes vão nos deixar alegres e felizes isso vai contribuir para a melhoria da nossa auto-estima, lembrando que alegria é um dos fatores da iluminação. E se olharmos bem, as imagens do Buddha são sempre muito belas ou pelos menos os artistas, os artesãos, os escultores que as fazem esmeram-se na arte, no belo, na beleza. O mesmo acontece com o nosso Gohonzon, nossos altares Gohouzen.
Algumas pessoas também confundem desapego com desleixo. São coisas bem diferentes. Pensam que simplicidade e humildade tem a ver com descuido na aparência. Quando não é. Tais palavras têm significados bem diferentes.
Certa feita, conversando a este respeito com o monge budista theravada T. Anurudha Bikkhu, natural do Sri Lanka, que depois ficou conhecido através do seu nome próprio Don Kulatunga Jayanetti, ele confirmou que este princípio de beleza de cuidar-se, de apresentar-se bem foi recomendado pelo próprio Buddha que ensinava aos discípulos cuidarem de suas roupas. Não usassem mantos rasgados e, mediante as posses de cada um, com as vestes bem limpas e asseadas, pois isso traz saúde. Entre outras, o descuido, o desleixo atrai espíritos negativos, vibrações idem, egrégoras feias e, possivelmente, se ficar muito tempo usando uma roupa suja vai atrair enfermidades.
Por outro lado, o referido dicionário esclarece que vaidade é aquilo que é “firmado na aparência ilusória, vão, vazio”, que é inútil, que nos lembra futilidade, engano, sem valor, superficial, que não inspira confiança, insignificante, pequeno.
Logo, a beleza é grande, essencial. A vaidade é desimportante.
Não misturemos as estações. A beleza interior e exterior, mediante o caminho do meio, evitando-se os extremos, é algo búdico, nirvânico.

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