terça-feira, 1 de setembro de 2009

Shugendô

Em outubro de 1974, a edição nº 26 da revista Planeta publicou um artigo especial, com chamada de capa, da página 54 a 69, sobre o título acima. Autoria do Venerável monge, professor doutor em História, da USP, Ricardo Mário Gonçalves, com uma série de fotos.

Nosso blog já fez várias referências ao extenso e brilhante currículo do professor, mas, este ainda não citamos aqui: monge Ricardo, na ocasião em que o artigo veio à lume, era vice-presidente da Loja Siddhartha, da Sociedade Teosófica no Brasil.

Nessa matéria ele fala de sua iniciação como Yamabushi – praticantes budistas esotéricos - que mesmo morando nas cidades, com freqüência fazem seus rituais e cerimônias nas montanhas do Japão.

É um rito antiqüíssimo. Há um profundo respeito pela natureza e integração/comunhão com o ecossistema, pois o Senhor Buddha ensinou que tudo tem vida, até os pedras, e um ser humano pode, em algumas situações, renascer no reino animal, vegetal e até mineral.

“Os Yamabushis se originaram das classes populares e sempre atuaram no seio do povo humilde não só como organizadores de irmandades religiosas e como xamãs-feiticeiros dotados de poderes de premonição e curas, mas também líderes culturais, difusores de técnicas da medicina oriental, criadores de festivais artísticos com música, dança, teatro etc.”

Afirma o venerável que “o Shugendô é um sincretismo do esoterismo budista com o xintoísmo. É formado por um número incontável de pequenas irmandades que se organizam espontaneamente em torno de certos indivíduos que o consenso popular reconhece como líderes”.

O professor conta ainda que há invocação e incorporação mediúnica de espíritos.

A veneração principal é ao poderoso Bodhisatva Fudô Myoô, o rei da Luz (Vidyarajá Acala, em sânscrito), protetor dos Buddhas. Fudô Myoô tem aspecto irado e pode se manifestar de sete formas diferentes, mediante o caso para dar segurança aos praticantes.

Novamente diz o monge Gonçalves: “Os Yamabushis consideram os mantras e mudras de Fudô Myoô extremamente eficazes para o trabalho de desenvolvimento dos poderes psíquicos. São utilizados em inúmeros rituais de magia”.

Namo Fudô Myoô !

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