domingo, 4 de novembro de 2007

Adote Uma Árvore, boletim nº 5, novembro/2007

Adote Uma Árvore
Santa Teresa, RJ, nov/07 – Ano I – nº 5
antoniocpbr@click21.com.br
http://budismoprimordialrio.blogspot.com
Antonio Carlos Rocha (escritor)
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Editorial:
AME O SEU BAIRRO

Em tempos idos, a ditadura inventou um slogan parecido. Naquela época os poderes constituídos, na marra, afirmavam: “Brasil: Ame-o ou deixe-o”. Na verdade, eles tentavam confundir o regime e a opinião pública. Os governantes são transitórios, passageiros o país não. E assim, com o passar do tempo, passou-se a misturar os governantes com a nação, com os estados, com os municípios.
São coisas bem diferentes. Os governantes, os políticos, os poderes, as pessoas, os partidos quaisquer que sejam eles, são transitórios, são passageiros, efêmeros, podem até demorar um pouco no cenário público, mas um dia passam, como, aliás, tudo nessa vida – e esta é uma das grandes lições do pensador Sidarta Gautama, o Buda.
O país permanece, ainda que o estraguem. Os estados continuam, ainda que os depredem. Os municípios sobrevivem “aos trancos e barrancos” como diria Darcy Ribeiro, em memorável livro de mesmo nome. O planeta sobreviverá, com outras formas de vida, e não necessariamente a vida humana.
Urge, portanto, resgatarmos o lado saudável do amor à Pátria, e não apenas só em tempo de Copa do Mundo. O amor ao Estado, o amor ao Município, o amor ao bairro, o amor à rua onde você mora, à esquina onde você vive etc.
Seu bairro é uma espécie de sua segunda casa. Se você não cuidar de sua casa quem é que vai cuidar? Estamos mal acostumados a pensar, a achar, a julgar e a agir como se os governos e os governantes fossem responsáveis por tudo (não são e, na verdade, as elites – palavra da moda - adoram isso porque enquanto assim pensarmos elas se perpetuam na direção, no poder).
Certamente, a primeira forma de amar o seu bairro é democraticamente participar da AMAST. Venha para somar, para ajudar, sem tentar repetir o lamentável jogo de poder que as elites fazem. Pois enquanto as elites fazem o jogo do poder, jogam em cima de nós um pesado jugo.
Moradores e amigos de Santa Teresa: amemos o nosso bairro.


* Na última edição do “Amast na Praça” e deste “Adote Uma Árvore” descobrimos que a centenária amendoeira que abrilhanta o Largo do França está doente. Já entramos em contato com a Fundação Parques e Jardins e envidaremos esforços para cuidar desta nossa querida irmã do reino vegetal. Mudas de plantas também foram distribuídas. A atriz Tânia Scher adotou a referida amendoeira e um casal tornou-se padrinho e madrinha da soberana árvore.

* “Amast na Praça” é uma espécie de Ouvidoria do bairro. Começa a ganhar espaço e receptividade. Fomos convidados para realizar um “Amast na Praça” nas escadarias da Rua Joaquim Murtinho. Veja a nossa agenda: 15 de dezembro de 2007 – no Mirante Guardas do Imperador (em frente ao Corpo de Bombeiros); 19 de janeiro de 2008 – na Esquina das Carmelitas (confluência das ruas Hermenegildo de Barros, Dias de Barros e Ladeira de Santa Teresa); 16 de fevereiro de 2008 – escadarias da Rua Joaquim Murtinho. Sempre no terceiro sábado de cada mês, de 11 às 14 horas.

* “Adote Uma Árvore” é um boletim mensal, artesanal, virtual e impresso. Edições anteriores veja no blog acima citado.

* Se você concordar, pode tirar cópias e passar adiante. Obrigado !

* Mantenha a cidade limpa e o seu bairro também. Não jogue esta folha no chão. Se não quiser deixe em uma banca de jornal. Peça ao jornaleiro, sempre vai aparecer alguém interessado.

*Agradecemos ao Mike’s Haus pela acolhida deste “Amast na Praça”, local: Vista Alegre.

* A Fundação Darcy Ribeiro, em co-edição com a Universidade do Norte Fluminense, lançou os números 2 e 5 do “Caderno Fazimentos”: O nº 2 é sobre a vida e a obra desse grande brasileiro. O nº 5 é dedicado a Tatiana Memória, presidente da instituição, recentemente falecida. Houve também o lançamento do DVD “Darcy Ribeiro, o Guerreiro Sonhador”. Um trabalho primoroso. Parabéns às equipes que produziram tanto o filme quanto os cadernos.

* Espaço Saúde: serviço terapêutico acessível a todos: psicologia clínica, fonoaudiologia, terapias holísticas, bioenergia, reiki e mais aulas de artesanato; pintura em tecido, pintura Bauern Malerei, pintura decorativa, pintura country, chochet, tricot, patchwork na Catedral Anglicana de São Paulo Apóstolo.

* “Sei que existe quem diga que é uma coisa idiota fazer esse estardalhaço por causa de uma árvore. É devido a esse tipo de pensamento que uma, duas, três milhões de árvores são incessantemente destruídas em nosso país. E isso me preocupa, quer seja um milhão de árvores, quer seja apenas uma. Sou um dendrólatra” – Rubem Fonseca, escritor. (chegou às nossas mãos um recorte de jornal, sem identificação e sem data, com a declaração acima. Imaginamos ser de O Globo, pois a foto que ilustra a matéria é de autoria de Joaquim Ferreira dos Santos, que assina a página “Gente Boa” no Segundo Caderno).

*Carta de Leitora: “Acrescentaria o péssimo estado de iluminação pública que deixa vários trechos de ruas totalmente as escuras. O péssimo serviço da Rioluz órgão municipal. Ainda sobre a falta de manutenção e preservação dos nossos bondes. Dois bondes funcionando é um absurdo” – Cida C. Silva, por e-mail.

* Colaboração de Leitora: “Os visitantes não conhecendo o bairro dirigem em alta velocidade como se aqui fosse pista de corrida, ou treino. Batem nos carros e fogem. Nós ficamos no prejuízo. Tinha que ter placas avisando que devem dirigir DEVAGAR, CURVA PERIGOSA, MÃO e CONTRA-MÃO. Já pedi, mas até agora nada. Parabéns a todos vocês”. – Maria Clark, por e-mail.

* “Jamais me agradou a explicação do delito pela pobreza. Existe uma grande quantidade de pessoas muito pobres que são corretas e respeitam a lei de maneira admirável. Essas pessoas associam sua identidade ao respeito dos limites. Lembro-me que, durante minha primeira campanha eleitoral, um dos meus rivais defendeu a teoria que era necessária uma política social para reduzir o crime. Respondi a ele até de forma agressiva. Dizendo que a política social tinha o seu próprio fundamento. Justificar o combate à pobreza pelo combate à criminalidade é explorar o medo das classes média e alta como o fundamento da ação política” – Antanas Mokus, prefeito de Bogotá por duas vezes (Le Monde Diplomatique Brasil, agosto/2007) – colaboração de Álvaro Braga.

* Livros do mês: Débora Franco Lerrer é jornalista com mestrado na ECA-USP e doutoranda em “Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade” na UFRuRJ. Seus dois livros são Reforma agrária os caminhos do impasse, Editora Garçoni, 2003 e “A degola” do PM pelos sem-terra em Porto Alegre – De como a mídia fabrica e impõe uma imagem, 244 páginas, Editora Revan, 2005. O jornal Le Monde Diplomatique, na França, elogiou o seu trabalho e a sua pesquisa. Uma desconstrução dos meios de comunicação.

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