quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Boletim nºs.14 e 15 = out/nov = 2007

Budismo Primordial HBS
Rio de Janeiro, out/nov – 2007 – nºs 14 e 15
Hakuan (Antonio Carlos Rocha)
Gakutô (Auxiliar Sacerdotal)
antoniocpbr@click21.com.br
http://budismoprimordialrio.blogspot.com



Editorial:

Palavras Dármicas

Todo mês o leitor encontra, na última página de nosso boletim, um trecho inspirado no Sutra Lótus que é uma prática espiritual básica para o Budismo Primordial HBS. Em português, o título ficou “24 Palavras Dármicas”. Colocamos entre parênteses, só mais uma palavrinha para explicar o termo “bossatsu” que vem a ser o conhecido “bodhisatva”. Aquele ou aquela que contém e si a semente do Estado de Buddha.
Estas palavras dármicas, na verdade, são a recomendação do Buda Sakyamuni quando, ao falar do Caminho Óctuplo, ele nos indicou como norma de vida a palavra correta. Pelos mais diversos motivos sabemos que é difícil vivenciar a palavra correta, mas não tem outro jeito, não tem outro caminho. Se quisermos trilhar o ensinamento que Sidarta Gautama nos deixou, que o Patriarca Nichiren nos legou e o Mestre Nissen nos estimulou a praticar não há outra saída senão o aprendizado búdico através da palavra correta. Claro, lógico e evidente que outros aprendizados búdicos interagem com a palavra correta e não somente ela.
Vejamos a seguir uma historieta que faz parte do Sutra Lótus e nos foi contada pelo Grande Mestre Zen, do século XX, Taisen Deshimaru, que viveu em França. Está na pág. 159 do ótimo livro “A Tigela e o Bastão”, publicado pela editora Pensamento, em 1990.
Observe que o conteúdo é o mesmo das “24 Palavras Dármicas”. Eis o conto:
“No Sutra Lótus há a seguinte história:
Um bodhisatva continuou fazendo zazen todos os dias durante anos. Não era muito inteligente. Não sabia escrever nem recitar sutra nenhum. Mas cada vez que encontrava alguém, nem que fosse um escravo, manifestava muito respeito. Fazia sempre gasshô (reverências) e, às vezes, prosternava-se-lhes aos pés, dizendo:
- Eu voz respeito, porque sois um grande Buda.
Um dia, porém, pessoas más tomaram-no à parte e se zangaram:
- És idiota ou estás zombando de nós! Não podemos acreditar em tuas palavras.
Escorraçaram-no a pauladas.
O bodhisatva fugiu mas, mesmo correndo, repetia em voz alta:
- Eu vos respeito, porque sois grandes bodhisatvas. Devo respeitar-vos ! Podeis vir a ser grandes budas.
Quando estava prestes a morrer, o bodhisatva teve a visão de um magnífico buda celeste. Logrou nesse momento, um grande satóri (iluminação) e viveu ainda longos e numerosos anos.
Se respeitarmos este preceito: “Não criticar, não falar mal de ninguém”, nossa vida poderá prolongar-se, feliz, por muito tempo.”




“A NATUREZA DO BUDA

Um discípulo chamado Esshin levava sempre sua vaca consigo quando ia ouvir os ensinamentos do mestre.

Uma noite, ao voltarem de uma palestra sobre o Hoke Kyo (Sutra Lótus), a vaca, com o casco, escreveu na areia do caminho este tanka (poesia):

Esta noite ouvi dizer
Que até as ervas, até os bosques,
Podem ter o espírito do Buda.
Estou muito feliz
Pois tenho um espírito.

Qual a significação destas linhas ?

A vaca pensava que as plantas, as árvores não tinham espíritos. Ora, nessa noite ela entendeu que, embora não passasse de um animal, tinha um espírito.

“Portanto, possuo igualmente a natureza do Buda. Meu mestre ministrou-me hoje um ensinamento precioso, que posso compreender por meio desse espírito.

As árvores, as pedras, os bosques, todos os elementos do cosmo inteiro possuem a natureza do Buda.”

(pág. 98 da referida edição)


“A PEDRA PRECIOSA

O Sutra Lótus relata esta história:

Após longa ausência, dois amigos se reencontraram. Um estava rico, o outro era um vagabundo.

Juntos beberam o saquê dos reencontros.

Meio tocado, o vagabundo adormeceu na sala e o amigo, cheio de compaixão, antes de sair, introduziu-lhe no bolso um belíssimo diamante.

“Se o meu pobre amigo tiver dificuldades, poderá conseguir uma boa soma com a venda deste diamante”, pensou.

Ao despertar, contudo, o vagabundo não encontrou o tesouro. Continuou sua vida de pobre. Volvido um ano, quiseram as circunstâncias que eles tornassem a encontrar-se.

- Como? Por que estás tão pobre assim?
- Porque sou incapaz de ganhar dinheiro.

- Que grande imbecil me saíste – disse-lhe. – Não encontraste o tesouro que te enfiei no bolso?

Por isso mesmo, Keisan escreveu:

“Se eu vos der uma pedra preciosa, devolvei-ma depressa. Se o não fizerdes agora... quando podereis fazê-lo? Aqui e agora, tendes de achar a natureza da Buda”.

Certas pessoas dizem sempre:
- Depois... depois...
Por fim, entram no caixão e repetem:
- Depois ... depois...”

(pág. 122 do citado livro).



Lema do Budismo Primordial HBS:
“Oramos pela harmonia do universo, através da prática de virtudes, do aperfeiçoamento espiritual e da solidariedade dos seres”.
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24 Palavras Dármicas:
“Eu vos respeito profundamente, de maneira nenhuma vos desprezo. Isso justamente porque vós todos, ao praticardes o Caminho de Bossatsu (Bodhisatva), certamente atingireis a iluminação”.
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BUDISMO PRIMORDIAL HBS é um boletim mensal, artesanal, impresso e virtual no município do Rio de Janeiro. Honmon Butsuryu Shu é a mais antiga linhagem budista no Brasil. Chegou aqui em 1908, junto com os primeiros imigrantes japoneses. Nosso núcleo de expansão está ligado ao Templo Nyorenji, Curitiba, PR. Bispo Kyohaku Correia, nosso Mestre (Odoshi). www.budismo.com.br
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