terça-feira, 30 de outubro de 2007

Namorando e Meditando

“Quando se entoa “Namu-myoho-renge-kyo”, mesmo fazendo amor, todas as paixões despertam e o sofrimento da vida e da morte é o nirvana” – Nichiren, in “As Paixões Despertam”.

“Perdoem-me, mas esse é o próprio núcleo da doutrina Mahayana. Nichiren acredita piamente que, como já somos budas e como o nirvana está presente aqui, neste mundo, até mesmo as nossas paixões expressam a natureza da pura realidade. Isso significa que, se tivermos firmemente em vista a nossa natureza de Buda, até os atos mais apaixonados permanecerão despertos. Nichiren despertava os dele repetindo o seu famoso mantra: porém, há muitas outras maneiras de fazê-lo.

“Pessoalmente, acho esse ensinamento prazeroso, afirmativo, um grande alívio ! Até porque ainda não cheguei ao estágio de conseguir abrir mão das minhas paixões. Creio que a maioria das pessoas coincide comigo neste ponto. Mas eu quero muito me libertar do apego e da ilusão. Felizmente, Buda vem ao nosso encontro no meio do caminho. Nós adoramos fazer amor (ou comer batata frita ou qualquer outra coisa); tudo bem. Mas procure preservar a sua natureza de Buda ao desfrutar essas paixões. Pense nos outros, recite um mantra, irradie a generosidade do amor, não esqueça da respiração. Buda nos oferece várias maneiras de fazê-lo; também podemos inventar um jeito só nosso. Trabalhar para vir a ser Buda é uma prática espiritual dificílima”.

Franz Metcalf. O que Buda faria? Ed. Pensamento, 2003, pág. 69. (O autor é PhD pela Universidade de Chicago e autor de vários livros, estudioso e pesquisador do Dharma).

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