terça-feira, 16 de outubro de 2007

Os videntes do Himalaia

No último feriadão de 10 a 14 de outubro (Nossa Senhora Aparecida, Dia das Crianças, Dia do Descobrimento da América), o professor de Dharma Ricardo Sasaki, diretor do Grupo Nalanda, de Belo Horizonte, orientou em Curitiba, um retiro com o seguinte tema “A Cruz e o Lótus”.

O tema nos fez lembrar de um ótimo livro O Lótus e a Cruz, de autoria do Frei Raimundo Cintra, introdução do monge budista Murilo Nunes de Azevedo (Reirin Jodo) e publicado pelas Edições Paulinas, em 1981.

Frei Raimundo Cintra foi um dos pioneiros católicos na aproximação com o Oriente. Vejamos um belo trecho da pág. 25:

“No segundo milênio antes da era cristã, antes que Abraão iniciasse sua viagem errante através dos desertos, que se estendem da Mesopotâmia até o Egito, à procura do culto do Deus Único, uma outra busca ardorosa e incansável do Todo-poderoso tinha começado no alto dos Himalaias.

Em toda a extensão do vasto sul-continente indiano, a cultura dos invasores arianos já se tinha misturado à cultura, muito florescente, dos dravidianos. E desta fusão de raças e culturas havia nascido e se desenvolvera um prodigioso sistema de pensamento e de vida mística, que se caracterizou sempre por uma intensa e profunda busca do Absoluto.

Assim tivera lugar, na Índia, mais de mil anos antes de Cristo, um acontecimento notável, que foi sem dúvida, um dos mais significativos surgidos em nosso planeta, desde o aparecimento do “Homo Sapiens”. Parece que, então, pela primeira vez na história, o espírito humano rompeu a barreira das representações sensíveis e chegou à intuição da Suprema Realidade.

Foi esta realidade, que transcende ao mesmo tempo os sentidos e a razão – Brahman, que permaneceu desde esse momento até hoje, a inspiração das religiões indianas”.

Reverências à memória destes dois grandes religiosos, já falecidos, Frei Raimundo Cintra e Murilo Nunes de Azevedo. E ao Ricardo Sasaki também que coordenou este retiro ecumênico e inter-religioso.

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