sexta-feira, 31 de julho de 2009

Jesus e Amithaba

“Um eminente teólogo cristão, Karl Barth, depois de considerar cuidadosamente todas as impressionantes similaridades doutrinárias entre Jesus Cristo e a figura de Amida Buda (como entendida na tradição do budismo Terra Pura, de Shinran, no Japão), concluiu que a ‘verdade da nossa religião’ está, em última análise, contida apenas ‘no nome único de Jesus Cristo, e nada mais’”.

O parágrafo acima está no livro Interpretando o Sagrado, de William E. Paden, da editora católica Paulinas, página 156.

De fato, Shinran Shonin (1173-1262) dizia, iluminadamente, que em sua incompletude, nem sempre ele conseguia pronunciar “Namu Amida Butsu” (Eu me refugio no Buda Amida, o Buda da Luz Infinita). Deste modo ele recomendava aos discípulos que, pelo menos se lembrassem, ad eternum, do sagrado nome do Buda Amida. A constante lembrança, 24 horas por dia, chama-se Nembutsu. Isso gera uma peculiar e poderosa forma de plena atenção. O praticante se torna uno com o Buda Amida. E apesar de todas as nossas imperfeições, o Nembutsu faz com que não haja diferenças entre aquele que recita e o Buda Amida (Amithaba, em sânscrito), ou seja, um só corpo, uma só mente, uma só comunhão.

Nascido em Basel, Suiça, Karl Bath (1886-1969) é considerado, talvez, o maior pensador protestante do século XX. Ficamos muito felizes por ele ter estudado minuciosamente as obras de Shinran, grande mestre da linhagem Terra Pura.

É interessante que, no Brasil, muitos evangélicos costumam afirmar, diariamente que, “Jesus, esse nome tem poder” ou “O sangue de Jesus tem poder”. Com todo o respeito, os mantras são parecidíssimos, fruto – claro – de experiências com o Sagrado, tanto no Oriente quanto no Ocidente.

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