terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Polêmicas Nichirens

Parabéns Paulo Stekel e aos sortudos leitores desta ótima revista Horizonte Holítisco pelo número que tratou da questão Nichiren. Obrigado pela oportunidade de esclarecermos pontos vitais sobre o tema e recomendarmos a paz para todos.

Daqui para frente, é sempre bom colocarmos no plural, pois são “dúzias” (conforme está na Wikipédia) de linhagens a partir do Grande Mestre Nichiren, como nós, da HBS, o respeitamos e reverenciamos. E cada uma com interpretações diferentes, parecidas, afins, contraditórias etc.

O recente nº triplo da Revista Budista Lótus, órgão oficial da HBS no Brasil (Ano 10, edição 102,103,104), primeiro trimestre de 2009, faz um importante esclarecimento nas páginas 18 e 19.

Como todo grande mestre religioso e carismático, em qualquer parte do mundo, os mais variados discípulos, ao longo dos séculos, por uma série de fatores, têm a tendência de acrescentar, suprimir, copidescar, adaptar, editar consideráveis partes dos textos do Patriarca, logo... olho vivo prezado leitor.

A revista Lótus afirma que Nichiren “nunca se denominou fundador de religião alguma. Muito menos ser um Buda (...) tratando-se de um Grande Mestre há de se convir que muitas escrituras foram posteriormente criadas, amputadas ou alteradas por seguidores que desejavam se tornar detentores da verdade”.

Com relação ao Gohonzon, que é a Mandala ou Imagem Sagrada que Nichiren inscreveu, a citada revista esclarece que, em junho de 1956, foi publicado no Japão um livro chamado Itahonzon Guissakuron “elucidando a impossibilidade de ter existido esse Gohonzon único (...) Nunca vimos e nem veremos escrita alguma coisa sobre a existência de tal Gohonzon numa escritura comprovadamente legítima”.

Ou seja, há muito de mito em toda essa história. Será que Nichiren só inscreveu um Gohonzon em toda a sua vida? Sabido é que a cultura japonesa tem uma tradição de escrever e inscrever letras, ideogramas, símbolos que hoje constituem moda em todo o Ocidente e, portanto, no Brasil também. Reproduzem-se atualmente, ideogramas chineses e japoneses, tal como Nichiren gostava de fazer. O bom senso nos leva então a admitir que toda linhagem tem o direito democrático de usar o seu Gohonzon, quer inspirado em Nichiren quer não.

Sugerimos maturidade, tolerância, compreensão, compaixão, amor ao próximo, ternura, caridade, generosidade que era isso o que o Buda Sakyamuni ensinava e Nichiren, seu discípulo, praticava e transmitia.

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